Rapadura
é doce, mas não é mole é uma parceria bastante especial, sendo nossa segunda
que se trata de livros infantis, me levou a conhecer a lenda do tamanduá-bandeira
e seus quatro genros, agradeço imensamente a José Vilela por confiar ao
Universo de utopia para disseminar seu legado como escritor assim como nossa
imensa e majestosa cultura nacional.
As
lendas, os “causos” e as historinhas, sempre fizeram parte da vida de crianças
e jovens, ouvindo seus pais, avós ou os mais velhos contarem, como forma de
educar, ensinar a viver, ou simplesmente para divertir e encantar quem os
ouvia, eu mesma adorava quando minhas avós me contavam as lendas que já rondaram
minha cidade que antes, era apenas zona rural, cheia de caatinga e muitas histórias
para contar, sabe quando os olhinhos chegam brilham? Eu sentava aos pés,
apurava bem os ouvidos e prestava bastante atenção nas encenações que elas
faziam, contava sobre lobisomens e de como eles se tornavam aquilo, sobre
caiporas que deixavam rastros para enganar pessoas, de berradores que
aterrorizavam comunidades, os espíritos da floresta que a protegiam contra
caçadores, eram tantas que eu até perco as contas, e todas elas estão bastante
vivas em minhas memorias. Mas
vamos deixar de nostalgia né?
O Tamanduá-Bandeira
tinha quatro filhas muito amadas, e consequentemente quatro genros: o
Martim-pescador, o Jacaré, o Carrapato e o Pica-Pau, pois é, eu também pensei: Oxente,
se elas são tamanduás-bandeira, porque não se casaram com sua própria espécie?
Bem não se avexem não que a moral da história está exatamente nesse ponto.
Para
testar seus genros, ele pediu a cada um deles diversas comidas especificas, e
quando eles voltavam com uma grande quantidade, o velho tamanduá queria porque
queria saber como tinha sido feito, claro, ele não ia ficar por baixo dos
genros, não é? Mas sempre que o pobrezinho tentava repetir o feito de cada um
dos genros, acabava se dando mal, sempre de maneira pior que a passada, a
coitada de sua mulher já não aguentava mais pedir a ele para desistir, mas como
ele era muito cabeça dura, nunca a ouvia.
O fato
de que cada filha do tamanduá ser casada com uma espécie diferente de animal é
para mostrar que “Cada macaco em seu galho”, o pai queria fazer tudo do jeito
que cada genro fazia, mas ele compreendeu no final que cada um deles tinha uma característica
diferente que os fazia ter potencial para aquela atividade.
Adorei
ler o livro, até o relacionei um pouco com o meu próprio pai e seus três genros
completamente diferentes, é engraçado pensar em como uma narrativa assim se
encaixa na vida humana de maneira tão acentuada, quantas pessoas vivem querendo
ser outras? Quantas não alimentam a inveja dentro de si? Mas uma hora ou outra
a vida ensina, e as vezes de maneira doída. Mais uma vez muito obrigada ao
autor, e aos seguidores mais lindos venham conhecer as lendas nacionais, nosso patrimônio
é grande e precioso demais para ser deixado de lado. Vamos valorizar a nossa
cultura!!
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