06/03/17

Uma Curva no Tempo - Dan Atkins

E SE são duas palavras que juntas exercem um papel provocante e até mesmo perturbador em nossas vidas. Duvido que você nunca tenha se perguntado a respeito de um fato na sua vida se ao invés de tomar uma atitude, ter decidido de outra forma, ou ainda, e se tivesse falado aquilo que realmente incomodava, tudo seria diferente?

A resenha que se segue não passa apenas de uma análise singela, baseada principalmente em percepções da minha própria natureza errante, insegura e muito questionadora. Por isso, sugiro que independentemente do que achar dela, você deve ler essa obra que precisa muito mais ser experimentada do que ser analisada ao pé da letra. Sua narrativa foca no emocional do leitor e assim, como a singularidade do ser humano, cada um interpretará da melhor forma que lhe convir.

Fui tomada por um misto de sensações como o medo, lágrimas descompassadas, esperança e fé no futuro, assim minhas palavras se esbarrarão nas minhas emoções devido meu estado de choque.

A história começa de forma promissora para Rachel e seu grupo de amigos (Jimmy, Matt, Sarah, Trevor, Phil e Cathy) que concluíram o Ensino Médio e tem uma vida de oportunidades pela frente: o sonho de ingressar numa faculdade e ser alguém no futuro. Contudo, numa noite de despedida que os amigos têm, um grave acidente ocorre desencadeando uma série de eventos que mudou para sempre a vida de muitos: perdas prematuras, traumas constantes e sonhos destruídos. Ou talvez, nem "para sempre" assim...

Cinco anos após o acidente Rachel ainda se culpa pela morte de seu melhor amigo que partiu em seu lugar e se encontra totalmente solitária com sua vida definhando. Ás vezes nunca compreendemos de fato a importância de uma pessoa até perdê-la. O fato é que, devido a uma curva no tempo, uma realidade paralela atinge a protagonista que parece finalmente ter uma segunda chance para ser feliz, numa vida que sempre sonhou. Entretanto, nada é verdadeiro para ela e tudo se apresenta bastante perturbador á sua concepção de realidade, ainda que fascinante.

Nessas realidades opostas somos apresentados a duas Rachel, reflexo da realidade que lhe atingiu. A primeira é aquela que desistiu de viver e sonhar e que não encontra nenhum sentido em sua vida, nem mesmo apoiar seu pai tão doente. Foi doloroso experimentar suas dores, e perceber como casos como esse acontecem o tempo todo com milhares de pessoas que não sabem lidar com a dor da perda e simplesmente reagem dessa mesma forma. A segunda é uma pessoa forte, decidida e pouco influenciável, que luta pelo seus sonhos e pelo que acredita, descobrindo-se como mulher.

A leitura é fluída e bastante moderna prendendo o leitor a cada virar de página que acaba fazendo com que ele leia rapidamente. A capa é linda e tem relação com a história e a edição uma diagramação simples com páginas amareladas. 

O final do livro é surpreendente e embora a escritora tenha dado pistas, me senti tão enganada por conta da minha fé inabalável de um final feliz como eu esperava. Muito mais que um gênero de romance é também uma obra de mistérios, cheia de dramas e de clichês, mas sem sê-los, Meio contraditório né? Mas é bem assim. Super recomendo! 

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