O Sol é para todos é um
romance clássico norte-americano escrito em 1960 pela autora Harper Lee, que se
tornou um grande best-seller mundial e como o próprio título define é dotado de
grande profundidade que sintetiza o valor do ser humano num relato muito
comovente de preconceito histórico.
Considerado como um livro para se ler antes de
morrer, a escritora trata de temas polêmicos como o racismo e o conformismo
social de uma sociedade sulista do condado Maycomb no início dos anos 1930, massacrada
pela Grande Depressão que assolava o país na época e que vive reclusa em sua ignorância
e é marcada pelo estigma da cor e do poder de um sobrenome.
A história é narrada por Scout, uma garotinha órfã
de mãe com 6 anos de idade que relata com simplicidade e inocência de uma criança
o cotidiano de sua família: Atticus, seu pai advogado; Jem, seu irmão mais
velho e a cozinheira/governanta/babá Calpúrnia; assim como seus parentes e
vizinhos mais próximos.
O livro é dividido em duas partes, a primeira
consiste em apresentar a sociedade da época, a rotina de Scout num ambiente
rural, suas férias de verão ao lado do irmão e melhor amigo, Dill, os mistérios
ocultos dos vizinhos, suas importantes descobertas e também suas travessuras.
Tudo muda na sua sossegada infância,
basicamente na segunda parte deste trabalho, quando seu pai é nomeado pelo
Tribunal para assumir a defesa de um negro Tom Robbison que foi acusado
injustamente de estuprar uma garota branca.
Apresentando a realidade nua e crua, a vida da
família vira um verdadeiro inferno, passando cada um a serem vítimas da ignorância,
símbolo do conservadorismo, por conta da defesa no caso. E os problemas ao
invés de diminuírem, só faz aumentar diante das injustiças sociais cometidas.
Aparentemente a quietude do lugar se transforma em
puro ódio, mostrando a impotência que a sociedade corrompida impõe, refletindo a
sua pequenez quando o importante se traduz na cor e a posição social para
definirem o destino de um homem.
Scout, assim como seu irmão, são criados desde
pequenos a desenvolverem um senso crítico e posição a respeito das nuances da
vida. E essa menina é de uma personalidade muito forte, que luta com unhas e
dentes pelo que acredita. E seu pai, se mostra como um personagem incrível,
impossível de não se apegar, um grande exemplo de ser humano – justo, tolerante
e muito sábio.
Este é o tipo de obra que salva vidas e nos
mostra o quanto a incongruência pode ser devastadora diante da cegueira de um
comportamento pré-moldado. Um homem pode definir seu destino pelas suas
atitudes, não pela sua cor ou posição social. É certo que alguns terão mais
oportunidades que outros, mas o que conta de verdade: é quem você pretende ser
e não quem você é.
A autora causa um misto de revolta e muito dó, e
consegue prender o leitor com sua narrativa que reflete empatia, amor ao
próximo e tolerância, conquistando o leitor a desbravar os mistérios e as
peculiaridades da sociedade apresentada, traduzindo um verdadeiro tratado de
direitos humanos.
Sem dúvidas a melhor leitura de 2017! Harper
Lee possui outro livro que é a continuação desta história de título “Vá, coloque um vigia”, que já se
encontra no topo da minha lista de desejos.
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