26/06/18

26/06/18

Madame Bovary - Gustave Flaubert

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Fala galerinha! Hoje vim trazer uma resenha com o pé atrás, já que o livro não deu nada certo para mim, tentarei ao máximo ser imparcial, mas confesso que será bastante difícil.

Escrito em uma época ultraconservadora, Madame Bovary foi altamente criticado por atentar contra os "bons costumes" e a moral da França no seculo XIX, Emma casa-se com Charles Bovary, que a ama profunda e cegamente, porém ela vive uma vida infeliz e insatisfeita com tudo, principalmente com o próprio casamento o qual acha inteiramente monótono e sem graça. Emma não deixa seus sentimentos escondidos, e durante todo o livro senti muita pena de Charles e Berta - a filha do casal- pois além dela ser uma péssima esposa, ainda por cima é uma mãe terrível. Compreendo que a personagem feminina da época era bastante repreendida pela sociedade e enclausurada no que achava-se ser o certo, contudo Emma supera os limites do ódio pelo marido que aparentemente só queria seu bem e nunca lhe fez mal, ninguém a obrigou a casar-se e por isso acho que ela deveria ao menos respeitar os sentimentos de Charles.

Pisoteada pela infelicidade, Emma se lança em aventuras amorosas que denotam a ilusão de um amor que a pobrezinha imaginava ser verdadeiro mas que na verdade só supria a ela o vazio de sua vida e aos homens o vazio da cama, além de se lançar cada vez mais em dívidas devido a seu intenso consumismo.

Madame Bovary é um livro que denota á infelicidade, a depressão e principalmente ao introspectivo, que analisa o rumo que a vida toma quando as pessoas não estão satisfeitas com seu cotidiano e com seu próprio eu. 

Sinceramente achei a leitura muito arrastada e não me apeguei a nenhum personagem, a escrita de Flaubert não me encantou nem muito menos me fez sentar e ler o livro com prazer. Me passou diversas vezes abandoná-lo, todavia estou tentando ao máximo sair da minha zona de conforto e está sendo uma experiência incrível!

15/06/18

15/06/18

O que realmente importa? Anderson Cavalcante

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"Você não tem todo o tempo do mundo" é uma frase que começa a fazer sentido quando alguém que amamos é levado tão de repente, e somos capturados a compreender a efemeridade da vida e a refletir sobre o tempo.

Duvido que qualquer pessoa, em alguma fase da vida, já não tenha se perguntado qual a sua missão na Terra e se estão realmente cumprindo seu papel com excelência, ou apenas estão se deixando levar na vida pelo peso do destino.

"O que realmente importa? " é um livro bastante inquietador e superior a quaisquer outros livros de autoajuda que já tive a oportunidade de conhecer durante meu tempo de leitura! 

Um manual e também um puxão de orelha que nos faz pensar e compreender toda a nossa trajetória de vida, bem como as escolhas desvirtuadas da nossa verdadeira missão nos leva para longe da felicidade.

A proposta inicial e bastante velha deriva do "Conhece a ti mesmo", tão antiga quanto Sócrates, mas tão pouco posta em prática, mesmo em plena atualidade. O conhecer a si mesmo, é uma tarefa difícil e bastante desafiadora a qualquer ser errante deste planeta, mas importantíssima para consecução de uma vida plena e feliz.

A obra é dividida em seis capítulos: Missão, Visão, Valores, Objetivos e metas, Ações e Diferenciais competitivos, que nos levam a refletir e compreender como encontrar o ponto chave para a concepção da própria existência e essência, porque se você não falar ou perceber, seu corpo vai sentir, e assim vamos morrendo a cada dia de doença pelas palavras não ditas!

É impossível conhecer a verdade sem a prática da meditação e exame de consciência, por isso é de fundamental importância ter coragem para vencer os desafios da vida e sabedoria para escutar a voz do coração e deixar seu eu falar, procurando com clareza sua missão, rumo ao destino que está predestinado.

Uma tarefa que deve ser perseguida todos os dias e sem qualquer desculpa!

04/06/18

04/06/18

A Insustentável Leveza do Ser - Millan Kundera

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Este clássico é um ensaio filosófico de um romance nada convencional que trata sobre a história de quatro personagens bem peculiares: Tomas, Tereza, Sabina e Franz que suportam em suas escolhas “a insustentável leveza do ser”.

Marcado pelo período histórico da invasão da Rússia na Tchecoslováquia em 1968, a obra vem carregada de muita história e filosofia com pensamentos e reflexões profundas sobre o peso das consequências atribuídas em nossa trajetória.

É um livro de difícil leitura e bastante questionador quanto as teorias criadas no decorrer de seus setes capítulos, o que as vezes causa nó na cabeça dos leitores, mas que com certeza mudará a forma de ver o mundo.

Ambos os personagens vivem romances conturbados e o escritor explora ao máximo o íntimo de cada protagonista demonstrando a subjetividade de cada um diante de uma mesma situação.

O erotismo é um elemento predominante neste trabalho que se conjuga com a ideia extrema de felicidade relacionada com a pulsão e o desejo de satisfação que sempre se mostra inconcebível de pleno e total gozo, condenando os seres humanos a incoerência.

Tomas é médico viril e totalmente alheio ao peso e a leveza da vida, a qual acredita ser só uma. Amor e sexo para ele é totalmente dissociado, mas acredita fatalmente na teoria do acaso que o leva a conhecer Tereza, mulher totalmente dependente da admiração do outro e sufocada pelo ciúme que carrega.

Sentimento este, que leva seu marido a se envolver com Sabina, mulher empoderada, mas repleta de um vazio inesgotável por algo que nem mesmo ela sabe o que é, o que a torna mais leve que o ar e a possuir vários outros amantes.

Franz, por fim, é um professor universitário que leva a uma vida infeliz ao lado de sua esposa dominadora Marie Claude e vive várias crises de meia idade, procurando em suas aventuras a sensação de estar vivo, motivo pelo qual tem um caso erótico com Sabina.

Kundera narra de forma leve fardos extremamente pesados e nos leva a refletir sobre o verdadeiro significado da vida num livro que nunca esgota seu resultado e a cada releitura parece trazer um significado novo. E o que dizer da diagramação desta obra????

Simplesmente perfeita, a Companhia das Letras está de parabéns! Bom, bom, bom.