Essa obra apresenta uma história tão honesta e
ao mesmo tempo tão cruel como as vezes a vida costuma ser. Um romance tão
verdadeiro como o amor de muita gente que anda perdido por aí, tão
real quanto o destino!
Quem acompanha o blog há um tempo sabe que
somos friccionadas nas histórias que se passaram no período da Segunda Guerra
Mundial. Neste livro da editora Bertrand
Brasil, que vem recheado de relatos reais, acompanhamos o desfecho da guerra pelo ponto
de vista dos personagens principais, Josef e Lenka, casal unido pelas memórias,
mas implacavelmente separados pelo destino e horrores do periodo.
Composta de perdas e separações, essa história
vai aos extremos e é impossível não fisgar o leitor a cada página. Da faculdade,
dos sonhos e esperanças, quando os protagonistas se encontram e começam a se
apaixonar até os campos de concentração com suas incertezas e horrores que só
os livros de História costumam relatar e custamos a acreditar.
É bonito ver a entrega de Lenka por sua família
para encarar tudo, ao recusar a única chance de salvação da sentença de prisão
e renuncia de viver um grande amor por puro pertencimento. Josef por outro lado
consegue fugir, mas não fica isento da dor e durante anos suporta o estranho vazio
do silêncio das cartas não enviadas e das que não possuem respostas.
Os relatos são ricos de detalhes e sensações. Acompanhamos uma grande artista que retrata as sombras da tirania nazista em
seu gueto, se apegando às pessoas e detalhes para espalhar um pouco de esperança
de vida em meio ao cenário de morte, como também um obstetra que busca
propósito em cada criança que traz ao mundo.
Nenhum deles foram extremamente felizes, Josef
ainda escondia as cartas não respondidas da sua esposa e filhos, assim como Lenka
tentava esconder de sua filha a tatuagem de números que ganhara em Auschwitz, contudo os dois se permitiram viver porque era a única saída, até o dia em que a
vida lhes apresentou uma surpresa.
Alyson Richman utiliza um cenário de fundo
encantador e devastador para repassar uma história comovente e inspiradora, estou fascinada
com o trabalho dela. Sem dúvidas, uma das melhores leituras de 2018!
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