Hoje é dia do literalmente "postei e saí correndo"
kkkkkkk
O cortiço do autor Aluísio de Azevedo, se encontra dentro do
movimento literário naturalismo, que aborda principalmente o Darwinismo social,
ou seja, a influência do meio, da
"origem" e do momento histórico sobre o ser humano, dessa forma, os
personagens desse livro revelam absurdamente características consideradas
absurdas por nós, mas que lamentavelmente constituem nossa realidade, sobretudo
do Brasil. Quem nunca ouviu uma mulher ser chamada de cadela, um LGTB ser
chamado de desviado ou bicha, ou ainda um homem de corno? Todos esses termos
pejorativos estão presentes na narrativa de Aluísio, e apesar de nos
assustarmos com tamanha falta de respeito, isso é comum na sociedade brasileira
e infelizmente faz parte do dia a dia de muitos.
Como cenário temos o próprio O cortiço, coloco esse artigo para
caracteriza-lo como personagem, já que durante a narrativa temos a plena
impressão que o lugar "vive". Nesse ambiente moram pessoas dos mais
diferentes "tipos", que lutam para sobreviver e pagar seus alugueis a
João Romão (dono do cortiço) o qual busca enriquecer de qualquer forma, não
importando em que cabeça pisará para isso, entre os personagens, destacam-se
Rita Baiana, Jerônimo, Piedade, Pombinha que refletem a grande diversidade da
sociedade brasileira, mas também representam a considerada marginalidade da
nação.
Em oposição, temos o Casarão, comprado por Miranda o qual
corresponde a "alta" classe da comunidade, e por quem João Romão
alimenta imensa inveja.
O livro traz conceitos muitas vezes incorporados no senso comum
dos brasileiros, João Romão enriquece através de seu comércio, roubos ilícitos
e da exploração de sua amante Bertoleza, quantas vezes já ouvi que as pessoas
só crescem na vida desse modo? Já Miranda apesar de toda pompa social, almeja a
riqueza monetária de João, o que também é perceptível ainda hoje, a
"moral" que algumas pessoas exercem devido a títulos e origem
familiar.
O cortiço e o casarão passam por modificações significativas
durante a narrativa que ilustram basicamente o determinismo social e a falta de
perspectiva para o povo que ali mora, iniciando uma decadência moral e finalizando
da pior (mas real) forma possível. As obras naturalistas fogem completamente da
idealização de qualquer coisa que seja, trazendo um retrato da sociedade e
cuspindo na nossa cara a sexualização da narrativa e a animalização dos
personagens. Para ser sincera já é a segunda vez que o leio e não consigo
engolir e gostar do livro, porém sei da importância e da frequência que ele
aparece em provas, por isso me forço a lê-lo sempre.
Sem comentários:
Enviar um comentário