O longa adaptado do livro homônimo de Patrick
Ness é um trabalho que mistura sonhos, fantasias, ficção e sobretudo muita
realidade para tratar de um assunto muito comum na vida de várias e de qualquer
pessoa, já que todos nós algum dia iremos passar pela experiência do drama
familiar de perder uma pessoa querida ou se deparar com a dolorosa e comprida
dor da despedida.
Num diálogo bastante interessante produzido
pelo diretor encaramos o embate entre
dois mundos: o real e o fantástico, que de forma simbiótica vão se incorporando,
e nesse jogo transforma o assunto tão delicado e complexo em aceitável dentro
de uma esfera que faz a ponte entre a realidade e o imaginário, tornando tudo
mais leve.
Assim, “Sete minutos depois da meia noite” joga
com essas contradições ao trazer a história de Connor, um garoto que atravessa uma adolescência problemática e vive
numa dor silenciosa, seja pela doença da mãe que tenta de todas as formas se
curar de um câncer, seja pelo abandono afetivo do seu pai, ou ainda por ser
vítima de bullying na escola.
É compreensível que com toda essa pressão
emocional crie válvulas de escape e criaturas monstruosas a partir de seus
desenhos. Ocorre que, magicamente uma das suas criaturas ganha vida todos os
dias a partir das 0h07min, com a missão de contar três contos, e ao final
deles, Conor terá que contar o quarto, o qual se revela como seu pior pesadelo.
Em meio de todo esse drama palpável e crueza da
vida, esses contos veem para de alguma forma ajudar nosso protagonista, e foi
muito bom observar a construção de todos (produzidos por meio de animação
através de textura de tinta pastel), principalmente quando esclarece e mostra questões
adultas em forma de fábulas, revelando principalmente que as pessoas têm um
pouco dos dois lados (um bom e outro ruim).
Logo no início nos deparamos e apegamos com a
situação de Conor e é triste ver que embora ainda um menino, foi obrigado a
amadurecer tão cedo, e como muitas vezes a subestimamos a capacidade de
resiliência das crianças diante de tais situações.
Numa sequência poética esse filme lida com a
dor da família diante de uma perda, sem qualquer clichê, explorando ao máximo
as emoções dos espectadores e trazendo uma verdadeira mensagem de superação.
Por favor, só não esqueça a pipoca!
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