24/04/17

24/04/17

Sete Minutos Depois da Meia-Noite (Filme)

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O longa adaptado do livro homônimo de Patrick Ness é um trabalho que mistura sonhos, fantasias, ficção e sobretudo muita realidade para tratar de um assunto muito comum na vida de várias e de qualquer pessoa, já que todos nós algum dia iremos passar pela experiência do drama familiar de perder uma pessoa querida ou se deparar com a dolorosa e comprida dor da despedida.

Num diálogo bastante interessante produzido pelo diretor encaramos  o embate entre dois mundos: o real e o fantástico, que de forma simbiótica vão se incorporando, e nesse jogo transforma o assunto tão delicado e complexo em aceitável dentro de uma esfera que faz a ponte entre a realidade e o imaginário, tornando tudo mais leve.

Assim, “Sete minutos depois da meia noite” joga com essas contradições ao trazer a história de Connor, um garoto que  atravessa uma adolescência problemática e vive numa dor silenciosa, seja pela doença da mãe que tenta de todas as formas se curar de um câncer, seja pelo abandono afetivo do seu pai, ou ainda por ser vítima de bullying na escola.

É compreensível que com toda essa pressão emocional crie válvulas de escape e criaturas monstruosas a partir de seus desenhos. Ocorre que, magicamente uma das suas criaturas ganha vida todos os dias a partir das 0h07min, com a missão de contar três contos, e ao final deles, Conor terá que contar o quarto, o qual se revela como seu pior pesadelo.

Em meio de todo esse drama palpável e crueza da vida, esses contos veem para de alguma forma ajudar nosso protagonista, e foi muito bom observar a construção de todos (produzidos por meio de animação através de textura de tinta pastel), principalmente quando esclarece e mostra questões adultas em forma de fábulas, revelando principalmente que as pessoas têm um pouco dos dois lados (um bom e outro ruim).

Logo no início nos deparamos e apegamos com a situação de Conor e é triste ver que embora ainda um menino, foi obrigado a amadurecer tão cedo, e como muitas vezes a subestimamos a capacidade de resiliência das crianças diante de tais situações.

Numa sequência poética esse filme lida com a dor da família diante de uma perda, sem qualquer clichê, explorando ao máximo as emoções dos espectadores e trazendo uma verdadeira mensagem de superação.

Por favor, só não esqueça a pipoca!


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