O empoderamento feminino tomou conta das leis, das músicas e agora
finalmente da literatura, cada vez vemos mais livros com protagonistas
feministas, fortes, independentes e sobretudo heroínas. Esse é o primeiro
livro da Trilogia e ganhou mais força quando a versão cinematográfica confirmada com a atriz Emma
Watson para o papel da Rainha.
Uma história repleta de magia, conspirações e batalhas épicas que
começa com uma narrativa minuciosa, difícil e lenta, especialmente pelo tamanho
de seus parágrafos e detalhes desnecessários que me incomodou bastante. Demorei
muito tempo para desenvolver a leitura que se mostrou muito adulta para o
gênero fantasia pela presença de exploração sexual e violência, e um pouco instigante. O
conteúdo é muito bom e pode dar um ótimo filme, mas o livro em si não me
prendeu a ponto de ter uma ressaca.
A narrativa gira em torno de Kelsea, uma princesa enviada para uma
cabana isolada - tendo a companhia de seus pais adotivos, os livros e todo
encanto da floresta - longe das confusões, tramas e da história infeliz do
reino de Tearling, que vive submisso aos prazeres de uma feiticeira poderosa, e
o qual está predestinada a reinar.
Ao completar dezenove anos de idade, a Guarda remanescente da
Rainha aparece para levar a princesa no propósito de reivindicar o seu trono.
No entanto, durante o trajeto da viagem Kelsea se depara com uma série de
problemas e vários inimigos que querem vê-la morta.
Por si só, já deu para notar que é uma viagem
perigosa e bastante conturbada, assim Kelsea terá que buscar aliados, mergulhar
na história do seu povo e se tornar uma boa governante, afinal, "conquiste
seu povo ou perca seu trono". Mesmo após colocar a coroa na cabeça, ser
Rainha neste reino não será fácil, ainda que conta com a ajuda de joias
mágicas.
A protagonista se mostrou uma personagem bem
especial, humana e muito madura para a pouca idade que tem, longe de todos os
padrões de beleza, da delicadeza, mas de uma compaixão imensurável e de um
senso de justiça inabalável. Fora ela, o livro conta com muitos
personagens marcantes e os seus heróis carregam suas próprias tragédias e em
sua função inevitavelmente precisam derramar sangue para atingir alguns
objetivos.
Não sabemos em que período a história se passa,
parece ser retirada da era medieval, mas no decorrer da leitura faz referências a máquinas, as narrativas de J.K. Rowling, Senhor dos Anéis, o
que me deixou bastante confusa, já que os detalhes são bem introdutórios e
apenas menciona referências sobre a Travessia e Pré-Travessia, denotando dessa
forma ser uma distopia.
A edição do livro está impecável e muito linda, a Suma das Letras
realmente caprichou. Os outros dois livros já foram lançados no exterior e
sinceramente não sei se quando lançar os outros no Brasil irei acompanhar, pois não me animou nem um pouco, embora seja uma obra política com uma crítica atual: os governantes devem preocupar com o bem-estar do seus governados!
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