29/09/17

29/09/17

Edgar Allan Poe

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Sempre fui uma intensa admiradora de livros clássicos, e as vezes não consigo compreender o porquê deles serem tão desprezados por algumas pessoas. Edgar Allan Poe foi mais um livro que participei de uma leitura coletiva incrível, depois delas eu não consigo parar de ler os livros da Darkside, todo mês temos várias e eu estou amando cada vez mais.

Só a introdução desse livro me deixou de boca aberta e coração acelerado. A tradutora, Marcia Heloisa, me impressionou com suas palavras e sentimentos para com o autor, 6 páginas de introdução me fizeram amar Edgar. Logo depois, temos uma avaliação de “O homem e a obra” por Charles Baudelaire, outro autor clássico incrível influciado por Poe e simbolista, que me fez entender um pouco mais sobre o que eu estava prestes a iniciar uma leitura.

A edição da Darkside, Medo clássico volume 1, é dividida em 6 partes, as quais irei relatar minhas impressões para vocês, já digo de antemão que a editora está de parabéns, imagino o quão difícil deve ter sido montar esse livro e colocá-lo nas mãos dos leitores, como sempre não deixou a desejar em nada.

Espectro da morte é a primeira parte, dividida em 3 contos de arrepiar, mas confesso a vocês que só um me tocou de verdade e esse foi "O poço e o pêndulo", no qual o narrador relata seu desespero físico e psicológico de uma tortura da inquisição, ler aquelas palavras me agoniaram, eu senti o que ele sentia conforme a narrativa ia se desenvolvendo e só pude respirar quando finalmente acabou. "A queda da casa de Usher" não foi o meu melhor, mas não desanima a leitura de forma nenhuma assim como "O baile da Morte vermelha".

Narradores homicidas é estupendo! O conto "O gato preto" dá um pavor no leitor de uma forma inexplicável, imaginamos o quanto a loucura pode atingir a qualquer pessoa, dominando seus atos e sua vida, "O barril de amontillado" foi um conto que fez me sentir meio que burra, pois não consegui compreender ele por completo, já reli e mesmo assim continuo na mesma, mas a vingança é o principal tema abordado, e "O coração delator" parece ser uma reformulação do primeiro deste capitulo.

Detetive Dupin me fez amar mais ainda os romances policiais, apesar de sua linguagem e dedução altamente complicadas, é perceptível o porquê de Poe ter sido o pioneiro nesse ramo e ter influenciado tantos outros como o deslumbrante Sir Arthur Conan Doyle que eu tanto admiro com seu personagem Sherlock Holmes, talvez seja um padrão incutido em mim, mas novamente o meu preferido foi o primeiro, "Os assassinatos da rua Morgue " nos faz querer virar um detetive, nossa mente ferve tentando acompanhar  todos os acontecimentos e a inteligência impressionantes de Dupin.

Mulheres etéreas (Berenice, Ligeia, e Eleonora) foi o capitulo que eu enfim posso dizer, UFA! AMEI TODOS. Mas deixo uma observação para vocês queridos leitores, com essa antepenúltima parte do livro nos recai um único fato: Edgar Allan Poe é escritor para todos os gêneros e linguagens. Ele nos fala de amor, de mulheres apaixonantes e apaixonadas, de remorso, de saudade, mas claro, que com aquela pitada de suspense.

Impeto Aventureiro talvez tenha sido o melhor capitulo, eu amo aventuras e essas me encantaram tanto “Manuscrito encontrado em uma garrafa”, “O escaravelho de ouro” quanto “Nunca aposte sua cabeça com o diabo” foram ótimos, me lembrou dos livros da coleção vagalume que eu lia quando criança, que me fazia estremecer com todos obstáculos e feitos dos personagens e que me faziam querer participar de todos eles e me apaixonar mais ainda pelos mundos que a leitura poderia me levar.

"O corvo" eu já conhecia de longas datas, mas ler eles em duas traduções de grandes autores que eu admiro ( Fernando Pessoa e Machado de Assis) fez com que eu colocasse a Darkside em um pedestal, amei tudo nessa edição e não tenho nada do que reclamar e por fim o ultimo foi maravilhoso conhecer "A casa do mestre", com todos as suas peculiaridades e autorias.

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