O
Desterro dos Mortos foi uma parceria super especial que a gente fez aqui no
blog. Aleilton Fonseca é baiano e me entregou o livro em mãos, na verdade são
contos, bem pequenino mas de imensa importância! Sendo um dos livros listados
pela Universidade Estadual da Bahia (UNEB) como de leitura obrigatória para a
prova, para quem a faz, especificarei melhor para vocês um pouquinho de cada
conto.
O
primeiro conto chama-se "O sorriso da Estrela e a temática principal é a
questão entre irmãos e família, assim como necessidades especiais, a perda de
um ente querido e a memória e saudade que ele pode deixar.
O
segundo conto chama-se "O avô e o rio", eu simplesmente amei esse,
trazendo temas como aprendizado, família e a herança não só material, mas
também emocional e de conhecimento que as pessoas podem deixar para nós.
Em
"O pescador" a temática se volta para a natureza, abordando problemas
como: poluição, devastação, barreiras sociais e como a ação humana pode mudar o
curso natural das coisas e da vida das pessoas.
Já
em "Para sempre" Aleilton nos traz perdas, segredos e como a presença
do pai e da mãe afeta diretamente as ações, os pensamentos e principalmente os
sentimentos de uma criança que um dia se tornará homem.
"O
Voo dos Anjos" para ser sincera um dos melhores contos para mim, nos
remete à infância, à adolescência e para mim que sou nordestina, a uma fé que
move o povo baiano, com suas promessas e pedidos a santos, mas também traz a
perda da inocência, o início de uma fase em que todos nós já passamos ou
passarão em que a atração começa a florear na vida de um casal.
"O
sabor das nuvens" reconstrói uma memória, um desejo de uma criança nunca
realizado, um sonho de conhecer uma fábrica, hoje morta.
"O
casal vizinho" aborda um casal problemático com falta de compreensão e
reciprocidade.
"Amigos,
amigos" conta sobre um vínculo amoroso, um triângulo na verdade, o que eu
achei mais incrível nesse conto foi a metáfora que o autor usou do teatro da
vida, com suas cortinas se fechando, as palmas ecoando pelo ar! fala também de
um recomeço e de como a vida pode dar voltas.
"In
memorian" me arrepiou, a morte é retratada como uma viagem, um reencontro
com quem já se foi, a felicidade de ver e ouvir e também reviver tudo em um
outro plano.
"O
Desterro dos Mortos" é na verdade uma homenagem, nos mostra a diferença de
como a morte é encarada na cidade e no interior, em como muitas vezes nos damos
conta de que não valorizamos alguem apenas quando perdemos.
"Jaú
dos Bois" foi talvez o melhor, não sei se por tratar de animais, da
humanização deles, da personificação, do cuidado com eles. Da superação (ou
não) de um sentimento.
"Nhô
Guimarães" é uma referência ao escritor Guimarães Rosa, uma homenagem do
autor através de uma narradora do povo, é incrível a intertextualidade que
Aleilton conseguiu fazer nesse conto, usando a vida de Guimarães como um pé
direito para o conto, remete principalmente a uma memória e a esperança
inacabada do povo nordestino.
Quando
li o livro fiquei me perguntando o porquê dele tratar sobre morte, mas na
verdade ao repensar e avaliar melhor a leitura vi que ele trata de Vida e de
humanidades, através de experiências e vivências de personagens criados com
tanto esmero e dedicação, agradeço imensamente a Aleilton por me dá essa
oportunidade de trazer para vocês um livro baiano de tanto valor!
Ei, olá, tudo bem? Você teria interesse em vender esse livro? Procuro ele a muito tempo e não acho, preciso demais!
ResponderEliminarFodase campeão
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