Triste
fim de Policarpo Quaresma foi mais uma leitura maravilha que fizemos no grupo
Alencarinas, seguindo a vibe de conhecer a literatura nacional, e ler essas
obras em conjunto com pessoas tão maravilhosas está sendo uma experiência
incrível!
Policarpo
é um homem bastante patriótico que defende as tradições e os costumes
brasileiros de raiz, como a língua tupi, o uso do violão e as cantigas
populares. Contudo, o que foge dos padrões estabelecidos pela sociedade, sempre
é visto com olhos atravessados até hoje, e não foi diferente com os oratórios e
exacerbação do nacionalismo de Quaresma.
Visto
como louco, ele se vê incompreendido até pelos amigos, família e vizinhança,
indo parar em um hospício apenas por expedir um requerimento para a mudança da
língua emprestada do português, para a língua tupi-guarani, a qual ele
acreditava ser a genuína língua brasileira.
Para
mim foi difícil encarar seus ideais como loucura, já que ele possui argumentos
esplêndidos, mas querer mudar o idioma de uma nação assim do nada é muito
complicado, ainda mais um que venha de uma cultura tão esmagada pelos
portugueses e lamentavelmente tão diminuída pela população brasileira.
A
escrita de Lima é bastante irônica, ele possui uma crítica ferrenha à família,
às elites e ao papel da sociedade em diversas situações, além de criticar a
valorização do estrangeiro acima do nacional, o que absurdamente e
inconscientemente fazemos nos dias de hoje.
Sendo
minha primeira leitura do autor, me impressionei com uma narrativa tão fluida e
interessante, Lima teve uma vida difícil, marcada pelo preconceito a sua cor de
pele, e pela loucura de seu pai. Alcoólatra e também permeado por
alucinações, sua obra só foi reconhecida após sua morte, o que infelizmente
aconteceu com diversos escritores, seus livros são compostos de denúncias
importantes, quanto às desigualdades sociais, o racismo, os problemas do país e
principalmente sobre a sociedade em si.
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