Este clássico é um ensaio filosófico de um romance
nada convencional que trata sobre a história de quatro personagens bem
peculiares: Tomas, Tereza, Sabina e Franz que suportam em suas escolhas “a
insustentável leveza do ser”.
Marcado pelo período histórico da invasão da Rússia
na Tchecoslováquia em 1968, a obra vem carregada de muita história e filosofia
com pensamentos e reflexões profundas sobre o peso das consequências atribuídas
em nossa trajetória.
É um livro de difícil leitura e bastante questionador
quanto as teorias criadas no decorrer de seus setes capítulos, o que as vezes
causa nó na cabeça dos leitores, mas que com certeza mudará a forma de ver o
mundo.
Ambos os personagens vivem romances conturbados
e o escritor explora ao máximo o íntimo de cada protagonista demonstrando a
subjetividade de cada um diante de uma mesma situação.
O erotismo é um elemento predominante neste
trabalho que se conjuga com a ideia extrema de felicidade relacionada com a pulsão
e o desejo de satisfação que sempre se mostra inconcebível de pleno e total
gozo, condenando os seres humanos a incoerência.
Tomas é médico viril e totalmente alheio ao peso
e a leveza da vida, a qual acredita ser só uma. Amor e sexo para ele é totalmente
dissociado, mas acredita fatalmente na teoria do acaso que o leva a conhecer
Tereza, mulher totalmente dependente da admiração do outro e sufocada pelo
ciúme que carrega.
Sentimento este, que leva seu marido a se
envolver com Sabina, mulher empoderada, mas repleta de um vazio inesgotável por
algo que nem mesmo ela sabe o que é, o que a torna mais leve que o ar e a
possuir vários outros amantes.
Franz, por fim, é um professor universitário que
leva a uma vida infeliz ao lado de sua esposa dominadora Marie Claude e vive
várias crises de meia idade, procurando em suas aventuras a sensação de estar
vivo, motivo pelo qual tem um caso erótico com Sabina.
Kundera narra de forma leve fardos extremamente
pesados e nos leva a refletir sobre o verdadeiro significado da vida num livro
que nunca esgota seu resultado e a cada releitura parece trazer um significado
novo. E o que dizer da diagramação desta obra????
Simplesmente perfeita, a Companhia das Letras
está de parabéns! Bom, bom, bom.
Sem comentários:
Enviar um comentário