Mais
uma poesia em prosa maravilhosa de Zé de Alencar, Ubirajara foi o único que eu
ainda não tinha lido da tríade parnasiana (Iracema, li recentemente tem resenha
já pra vocês, O guarani já li há muito tempo mas quero reler). Um romance cheio
de cultura e brasilidade. Apesar de ter sido escrito após os outros dois, na
cronologia histórica do Brasil, Ubirajara deveria ter sido o primeiro, já que
conta uma história indígena antes da chegada dos portugueses.
Ubirajara,
senhor da lança, é um guerreiro formidável, pronto para batalhar pela honra de
ser o maior entre os maiores, até que ele conhece Araci, uma índia Tocantim que
conquista seu coração e o impulsiona ainda mais a se tornar o melhor para
conquistar a honra de ser seu. Itaquê, o pai de Araci, impõe aos seus
seguidores (que não eram poucos) provas a fim de escolher o melhor pretendente
para sua filha e nós ja sabemos o final dessa disputa não é? Porém, Jaguarê
(Ubirajara tem vários nomes) já possuía uma noiva em sua tribo, a formosa
Jandira, e isso acarretará em um conflito de emoções.
Além
da trama romântica, Alencar ainda introduz uma batalha entre tribos, os Tapuias
declaram guerra aos Tocantins assim como os Araguaias, a nação do nosso
protagonista. Mais uma vez, Ubirajara terá que mostrar o seu valor e seu desejo
de ser o esposo de Araci.
Esse
livro representa principalmente a vida indígena antes da chegada dos
colonizadores, sem aculturação, com as origens e costumes indígenas aflorando
nas páginas, diferente de Iracema e de O guarani que já mostram a grande
influência europeia na vida indígena. Livres, e vivendo no auge da cultura, é
incrível viver isso pela escrita de José de Alencar.
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