Dizia Thomas Hobbes: a espécie é a luta de
todos contra todos. E é com essa temática que começamos a tratar do assunto
central desta singela e grande obra do historiador e filósofo Leandro Karnal, o
ódio.
Vivemos num país pacífico de desastres
naturais, afinal não temos terremotos, tsunamis, e estamos de certa forma
favorecidos no meio da estabilidade de uma placa tectônica, mas vivemos como
dizia Nelson Rodrigues o cordialismo exacerbado transparecendo cada vez mais o ódio
nosso de cada dia.
Neste exemplar, Karnal nos traz uma visão sistêmica
e um choque de realidade de como a ideia de sermos pacifista é ilusória e de
como isso vem camuflado dentro da história.
Somos o país que mais mata no trânsito, nunca
tivemos uma guerra civil desde o descobrimento; a escravidão terminou com uma
princesa e uma pena, numa tarde ensolarada em 1888; mas na verdade sempre
vivemos com o racismo, o genocídio e a segregação social.
O mais difícil de aceitar é como isso se
tornou tão natural e como a realidade não mais nos incomoda. Nosso ódio incrustado
revela mais sobre nós mesmo do que o objeto odiado.
Reclamamos da corrupção na política, mas
esquecemos desses mesmos preceitos a furar uma fila no aeroporto, quando não
recebemos o troco errado.
Trazendo uma série de exemplos cotidianos e
argumentos de tirarem o fôlego o escritor nos propõe uma saída para compreensão
destes problemas instaurados no coração e no fomento de uma união de força
entre o elemento protetivo a leve reclamação para formação de respeito cada vez
mais constante de seu papel na sociedade.
A leitura deste livro é uma excelente
oportunidade de extrair um tema muito importante dos centros universitários para
os debates cotidianos como forma de transformar a percepção e o ambiente em que
vive, motivo pelo qual, transformou o escritor num dos palestrantes mais
requisitados da atualidade.
Ótimo ponto de partida para uma reflexão mais
estruturada!
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