Maresi,
narradora e protagonista da obra, ela é uma noviça da Abadia Vermelha, um local
onde só mora mulheres em uma ilha isolada, que constitui uma lenda em um mundo
machista e patriarcal, onde essas mulheres encontram apoio, segurança e
alimento, cheia de simbologias e tradições e que o coletivo prevalece como um
laço, unindo as madres e as garotas que ali vivem. A vida de Maresi muda com a
chegada de Jai, que foge do seu pai e de sua vida cheia de submissão e
violência.
O
livro é cheio de detalhes, e é preciso atenção a cada um deles, não subestimem
frases nem elementos pois eles podem ser muito importantes, e a partir do
momento que a gente percebe essa importância, um arrepio percorre o corpo e
pensamos, esse, com certeza é um dos melhores livros que já li. Contando a
história e a rotina da Abadia, Maresi vai percorrendo cada tarefa, cada estudo
e principalmente cada lenda existente na ilha, ela fala sobre a relação entre
as mulheres dali, sobre a Deusa que protege o local, e também sobre seus próprios
sentimentos e aflições que rondam seu destino.
Quando
Jai chega, toda despenteada, suja e sem falar com ninguém, Maresi se vê na
obrigação de apoiar aquela garota, afinal ela também passou por maus bocados
durante o Inverno da fome, e assim vai conquistando sua amizade aos poucos.
Contudo a ida de Jai à ilha, trará também a chegada de um grande mal
representado por seu pai e pelos homens sanguinários que o acompanham, mas é
justamente por esse fato que tudo que um dia foi visto como lenda, se tornará,
enfim, realidade.
Algumas
cenas do livro nos causam ódio, repugnância e principalmente dor, ser mulher
ainda hoje é um desafio, e ler um livro que trate sobre o assunto de uma
maneira tão clara é ao mesmo tempo assustador e reconfortante, pois abre os olhos
da sociedade para os horrores da violência e do machismo. Apesar de ser contado
em primeira pessoa, a autora conseguiu trazer uma visão bastante ampla da
história, da ilha e de suas moradoras.
Com poucas páginas, que me fizeram ler apenas em uma manhã, Maresi me encheu de sentimentos que há muito eu não sentia ao ler um livro, simplesmente amo fantasias que trazem um quê de tradições e simbologias que fogem do clichê, então com certeza esse livro estará na lista dos melhores do ano!
Com poucas páginas, que me fizeram ler apenas em uma manhã, Maresi me encheu de sentimentos que há muito eu não sentia ao ler um livro, simplesmente amo fantasias que trazem um quê de tradições e simbologias que fogem do clichê, então com certeza esse livro estará na lista dos melhores do ano!
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