Noite
de chuva, nada melhor que uma xícara de chá e um bom livro, e se for de uma
parceria incrível, melhor ainda! Quando comecei a ler Eu me possuo, minhas
primeiras impressões foram em relação ao tamanho dos capítulos, bem
pequenos, com cenas individualizadas, mas além de tudo cativantes ao extremo.
Vamos a história que ainda tenho muito a desabafar.
Karina
inicialmente era uma garota machucada pelo passado, não consegui adivinhar logo
de primeira o porquê de suas atitudes, fui me identificando com sua crise
emocional, com o uso da comida para aplacar a realidade, com a vergonha do
corpo que não era o estereótipo perfeito para a sociedade, mas logo depois a
autora nos mostra o real foco de seu livro, e pior, um assunto que me causa
asco e estou sempre evitando, não por ter sofrido algo do tipo, mas por
simplesmente odiar tudo relacionado a essa prática: o estupro.
Normalmente
eu teria largado o livro, mas fiquei tão instigada que necessitava urgentemente
termina-lo ali mesmo, e terminei em duas horas, li as 182 página que o compõe. Ao
concluir, fiquei sentada no sofá, pensando, engolindo aquelas palavras,
imaginando o quanto milhares de mulheres sofrem dos mais diversos modos e há
quanto tempo?
A
protagonista não estava mais suportando a própria vida, cursando odontologia
por vontade do pai, aguentando as paranóias e submissões da mãe ou ainda as
implicações da irmã. Para ajudar uma amiga, passou um bom tempo trabalhando em
seu bar, e foi dali que sua vida mudou completamente, conheceu o que o sexo
pode proporcionar, além da dor e da humilhação de um estupro, investiu em
diversos relacionamentos, um mais diferente do outro, com suas qualidades e
claro, os defeitos, soube o quanto as pessoas pode ser falsas e perversas,
descobriu habilidades que nem sabia que tinha, mas acima de tudo Karina foi
percebendo ao longo do tempo, o quanto ela possuía a si mesma e a mais ninguém!
O
livro foi muito gostoso de ler, deu raiva da autora as vezes? Com toda certeza,
Karina, apesar de ser esperta, esperava demais das pessoas e ela aprendeu do
modo mais difícil não confiar. Além de ter me identificado com as páginas
iniciais, me apeguei muito à avó Evelyn, com seu jeitinho carinhoso, meigo e
acima de compreensivo! Muito obrigada a autora pela parceria e por uma nova
visão sobre esse aspecto medonho e infelizmente, tão presente em nossa
sociedade.
Adorei sua resenha! Obrigada pelo carinho da leitura e pela sensibilidade. De fato essa é uma realidade muito mais comum do que imaginamos (já aconteceu comigo) e fiquei muito feliz por curar Karina página a página. Beijo!
ResponderEliminarDe fato essa é uma realidade que incomoda muito. É estranho e revoltante que em pleno séc. XXI, num mundo que prega uma sociedade liberal, ver que ainda que existem tantas violações e preconceitos contra as mulheres, seja a moral, física, ou, psicológica... Mas são pessoas como você que garante que muitas mulheres tenham forças para seguir em frente, mesmo com todas as adversidades, através da resiliência! Nós apoiamos essa causa e acredito sim que somos pessoa autossuficientes e donas do próprio destino. Muito obrigada por reforçar essa ideia!