15/09/17

15/09/17

Minha vida fora dos trilhos - Clare Vanderpool

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São poucos os livros que conseguem te prender do início ao fim, no qual a vontade de devorar cada página e sentir sua história nas veias, superam a fome, sono, estudos e até os compromissos previamente agendados. O grande feito de um escritor(a) consiste em transmitir aos leitores tudo o que sente durante a escrita e o que Clare Vanderpool fez foi indescritível que ultrapassa até mesmo as barreiras do inteligível.  

Somos teletransportados para os eventos, conhecemos as pessoas da cidade Manifest, os motivos e os lugares mesmo sem recorrer aos recortes do jornal da Stra. Haddie Mae, jornalista deste pacato lugar.

E para os tidos como curiosos, assim como eu uma palavra diz mais que seu significado literal - Manifesto, além de verbo e também é substantivo que significa uma lista de passageiros ou mercadoria a bordo de um navio, e revele muito o lugar que iremos conhecer, cidade do Kansas compreendida basicamente de imigrantes reclusos de sua terra natal e vitimados pelas suas histórias de vidas, de dor, perda e saudades.

Para Abilene essa realidade não é diferente, embora o presente seja muito mais significativo que seu passado e de seu pai e os verdadeiros lugares não estejam marcados num mapa, as marcas deixadas pelas feridas podem refletir sobre o que chamamos de lar. 

Na busca incessante de revelar sobre seu genitor que a abandonou, a protagonista encontra uma caixa de charutos, com cartas e alguns objetos que escondem segredos e lembranças as quais ela juntamente com duas amigas (Lettie e Ruthane) embarcam numa verdadeira viagem ao passado e descobre o peso sufocante sobre a amar alguém.

Com a ajuda a Srta. Sadie, uma vidente, para qual deverá trabalhar e pagar um vaso quebrado, ela lhe transportará por meio de histórias e memórias aos fatos que ligam os objetos e as cartas encontradas à pessoas daquela cidade.

Essa garotinha se envolve em algumas confusões e aventuras e até mesmo acredita em verdades universais. Mas o que ela não sabe é que boas histórias necessariamente possuem começos, meios e fins e nelas é possível encontrar a redenção e as respostas para inquietudes.

A escrita é estritamente impecável, ela criou dois universos entre passado e presente que se intercalam a cada capítulo que você vai lendo, e te dá vontade de fazer parte dele, mas como não é viável, simplesmente fecha o livro é agradece por ter autores como Clare Vanderpool.

Tipo de livro que não se dar, não vende, nem se empresta e que todos deveriam ter um exemplar como esse na estante!

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