Como alguém falou no #grupoleituradeclássicos, terminar David
Copperfield foi como se despedir de um grande amigo, nunca pensei que um livro
com 1282 páginas e clássico, fosse me prender e me encantar tão completamente
como esse fez. Foram dois meses e meio de leitura com debates semanais que me
fizeram aprender a amar cada participante desse grupo tão maravilhoso e me
tornar um pouquinho mais conhecedora de opiniões tão diversas que tenho certeza
me farão crescer e amadurecer cada vez mais a cada livro que eu tenha a
oportunidade de ler juntamente com vocês!
Há uma grande teoria, que a presente obra seja uma autobiografia
de Charles Dickens, e como ele próprio diz, seu filho favorito. O livro
inicia-se com o nascimento de David e com todos os acontecimentos de uma
noite nada comum numa sexta-feira à noite o que já constitui em um mal
presságio, órfão de pai e com uma mãe muito nova, Davy (apelido carinhoso do
protagonista) vai nos relatando com toda a sua inocência a sua rotina com ela e
sua querida Peggoty, a babá e governanta da casa que é como família para eles.
É perceptível nas falas e impressões dele aquela mistura de maturidade e
infantilidade de um homem contando sua infância.
David vai crescendo, enfrentando enormes altos e baixos durante o
caminho de sua jornada pela vida, passando por um colégio interno, uma fábrica
de vinhos e até pelas ruas, sofrendo grandes perdas, exploração, conhecendo
pessoas com intenso mau caráter e principalmente lidando com questões do
coração como todo mundo.
Dickens criou personagens singulares, os quais estão entrelaçados
a vida de David, que possuem essências diversas e surpreendem de vez em quando,
dentro de uma história rica em metáforas, universos sociais e morais e críticas
ferrenhas a uma Inglaterra vitoriana cheia de preconceitos além de ideais
machistas e elitistas.
Quando chegamos a um pouco a mais da metade do romance, que
olhamos para trás, percebemos a evolução de David, e como o peso da idade vai
recaindo sobre suas falas, suas ações e seus pensamentos, e ao final do livro
nos deparamos com um homem apaixonante que passou por tudo que a vida pode
oferecer.
De linguagem fácil e sem a rebuscabilidade encontrada na
maioria dos clássicos, Dickens traz um personagem que é altamente incrível,
demonstrando os altos e baixos de sua vida com todos os cenários, pessoas e
costumes de uma Inglaterra em 1820. Não deixando nada para trás, me surpreendi
de o escritor "puxar" casos e personagens da trama ao longo do livro,
explicando situações que tinha deixado com pontas soltas e não esquecendo do
destino de nenhum deles.
Sem comentários:
Enviar um comentário