09/03/18

09/03/18

David Copperfield - Charles Dickens

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Como alguém falou no #grupoleituradeclássicos, terminar David Copperfield foi como se despedir de um grande amigo, nunca pensei que um livro com 1282 páginas e clássico, fosse me prender e me encantar tão completamente como esse fez. Foram dois meses e meio de leitura com debates semanais que me fizeram aprender a amar cada participante desse grupo tão maravilhoso e me tornar um pouquinho mais conhecedora de opiniões tão diversas que tenho certeza me farão crescer e amadurecer cada vez mais a cada livro que eu tenha a oportunidade de ler juntamente com vocês!

Há uma grande teoria, que a presente obra seja uma autobiografia de Charles Dickens, e como ele próprio diz, seu filho favorito. O livro inicia-se com o nascimento de David e com todos os acontecimentos de uma noite nada comum numa sexta-feira à noite o que já constitui em um mal presságio, órfão de pai e com uma mãe muito nova, Davy (apelido carinhoso do protagonista) vai nos relatando com toda a sua inocência a sua rotina com ela e sua querida Peggoty, a babá e governanta da casa que é como família para eles. É perceptível nas falas e impressões dele aquela mistura de maturidade e infantilidade de um homem contando sua infância.

David vai crescendo, enfrentando enormes altos e baixos durante o caminho de sua jornada pela vida, passando por um colégio interno, uma fábrica de vinhos e até pelas ruas, sofrendo grandes perdas, exploração, conhecendo pessoas com intenso mau caráter e principalmente lidando com questões do coração como todo mundo.

Dickens criou personagens singulares, os quais estão entrelaçados a vida de David, que possuem essências diversas e surpreendem de vez em quando, dentro de uma história rica em metáforas, universos sociais e morais e críticas ferrenhas a uma Inglaterra vitoriana cheia de preconceitos além de ideais machistas e elitistas.

Quando chegamos a um pouco a mais da metade do romance, que olhamos para trás, percebemos a evolução de David, e como o peso da idade vai recaindo sobre suas falas, suas ações e seus pensamentos, e ao final do livro nos deparamos com um homem apaixonante que passou por tudo que a vida pode oferecer.

De linguagem fácil e sem a rebuscabilidade encontrada na maioria dos clássicos, Dickens traz um personagem que é altamente incrível, demonstrando os altos e baixos de sua vida com todos os cenários, pessoas e costumes de uma Inglaterra em 1820. Não deixando nada para trás, me surpreendi de o escritor "puxar" casos e personagens da trama ao longo do livro, explicando situações que tinha deixado com pontas soltas e não esquecendo do destino de nenhum deles.

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