Por incrível que pareça este foi meu primeiro
contato com a escrita de Scott Fitzgerald e também a obra percussora de sua
carreira literária. Este trabalho é de cunho autobiográfico (momento que
descobri só no final, na nota do autor) com inserções de alguns detalhes pelo
menos não divulgados. Não se passa num momento histórico específico, mas
concentra-se na década de 1920, nos Estados Unidos, momento que se vivia numa época
de muita prosperidade e modernização.
A narrativa é profunda e vibrante, porém
rebuscada, mas para mim a leitura não fluía com a normalidade devida, o escritor
clássico durante a obra altera muito o modo como contar a história, desde
cartas, poemas, peças de teatro... refletindo a imaturidade e a insensatez dos
jovens numa época de grandes vislumbres do ideal americano.
O trabalho é voltado para o protagonista Amory
Blaine, um jovem com grandes aspirações literárias e muitos sonhos. Acompanhamos
desde a sua infância, conhecemos um pouco da sua família (mãe, governanta, um
suposto pai) e até entendemos o porquê da suas atitudes e características esnobes.
Confesso que do início para o meio do livro me
perguntei qual era a opção sexual do protagonista, muita coisa ficou ambígua e as
emoções vividas refletiam principalmente a ser homoafetivo. Estou ficando doida?
Alguém aí, também achou?
Na segunda parte da obra, Amory deslancha e se
transforma num sonhador, poeta, romântico que encara a vida com um olhar crítico.
Acompanhamos seu período universitário, bem como todas as futilidades de festas,
namoros, clubes e até conhecemos alguns personagens secundários cheios de si,
mimados e donos da verdade como ele.
É difícil se apegar a este personagem tão odiado,
e o título da obra nos leva a incompreensão de qual lado do paraíso que se
trata, já que o fracasso esteja embutido na própria vida de Amory juntamente
com os seus ideais cultivados por pura hipocrisia. Retrato de uma juventude que
goza sem culpa os bens materiais por ele gerado. E por que não dizer tão atual?
Da Editora Cosac, edição de bolso. A leitura
não é fácil e o gosto pode variar por leitor para leitor, mas vale como
experiência de clássico para qualquer um!
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