Tenho uma mania (acredito
que já falei aqui) de comprar livros pela capa, principalmente se ele for capa
dura, conquista rapidamente meu coraçãozinho, com o circo mecânico Tresault não
foi diferente, a edição atual da Dark side é maravilhosa, o livro possui
relevos que permite que o leitor sinta a mecanicidade da história.
Ele é de uma narrativa
extremamente peculiar, tendo dois tipos de narradores (observador e
personagem). Logo no início do livro, isso confunde bastante o leitor, era meio
complicado distinguir quem estava contando a história e em que tempo ela estava
se passando, isso mesmo pessoal! As vezes os capítulos mudavam de presente a
passado e futuro de uma hora para outra e se você não prestar bastante atenção
se perde completamente no meio do livro. Confesso que voltei muitas vezes para
reler algumas páginas.
Enfim, vamos à magnífica (ou
talvez nem tanto assim) história. O circo mecânico começou, na verdade, de uma
grande tragédia, as guerras estavam no auge e bombas e tiros ecoavam por todo
canto, em qualquer lugar e a qualquer hora. Depois de um "susto" e
tanto (que não posso contar - spoiler) Boss ganhou o poder de transformar o
morto em vivo, a sucata em salvação, e o terror em espetáculo.
Seu circo era dividido em
grupos, os artistas que iam e vinham sem apego á aquelas tendas, e aqueles que
não viviam sem elas, esses últimos foram consertados por Boss, devem a vida (ou
seria a morte?) a ela.
O drama principal, ronda em
torno de alguns personagens especiais: Little George (atua como narrador
personagem) entrou no circo com apenas 5 anos, foi o único que não recebeu a
sucata e que durou tanto no circo, ele fica responsável pela colagem de
cartazes e vendas de ingressos, Panadrome foi o primeiro componente, sendo
humano apenas na cabeça e tendo como parte do corpo instrumentos musicais,
responsável pela trilha sonora do circo, Elena a mais maquiavélica trapezista,
também uma das primeiras criadas por Boss, seu coração é feito de gelo, Jonah
chegou por meio de uma situação de vida ou morte, foi salvo por Boss com
pulmões de cobre e por Ayar, seu melhor
amigo que deu a vida ao circo para salvá-lo. Bird chegou sendo olhada de
soslaio por todos e assim como Stenos seu objetivo era ganhar as asas.
Ah as asas... A maior
invenção mecânica de Boss, suas penas reluziam às luzes do espetáculo, faziam
notas de som maravilhosas, que até o pobre Panadrome parava de tocar para
ouvi-las, feitas de ossos humanos e de toda a sucata que Boss pôde usar. A quem
elas pertenciam?
Alec, amado por todos,
admirado pela multidão, o sucesso do circo, até simplesmente cair, não, até
simplesmente deixar de bater as asas.
Sinceramente esse livro,
apesar de todos os complexos complementos que o envolve, é bastante intenso,
ele mexe com você de uma maneira inexplicável, te fazendo imaginar como aqueles
cenários eram, como as guerras mortificavam, como as pessoas viviam e
principalmente como elas não viviam, tendo as vezes apenas um mero espetáculo
de circo para mover suas meras vidas mortais!
Olá, tudo bem?
ResponderEliminarAdorei a resenha e fiquei curiosa pra ler o livro. Apesar de ser uma leitura complexa e que as vezes você não consiga identificar o narrador, parece que prende o leitor de uma forma que só dá pra parar no final e eu gosto de livros assim. Então anotei a dica.
beijinhos ♥
https://leiturize-se.blogspot.com.br/
Obrigada! Vale muito a pena lê-lo apesar de toda a complexidade, adorei me embrenhar nessa leitura 😘
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