09/01/17

09/01/17

O Circo Mecânico Tresault - Genevieve Valentine

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Tenho uma mania (acredito que já falei aqui) de comprar livros pela capa, principalmente se ele for capa dura, conquista rapidamente meu coraçãozinho, com o circo mecânico Tresault não foi diferente, a edição atual da Dark side é maravilhosa, o livro possui relevos que permite que o leitor sinta a mecanicidade da história.

Ele é de uma narrativa extremamente peculiar, tendo dois tipos de narradores (observador e personagem). Logo no início do livro, isso confunde bastante o leitor, era meio complicado distinguir quem estava contando a história e em que tempo ela estava se passando, isso mesmo pessoal! As vezes os capítulos mudavam de presente a passado e futuro de uma hora para outra e se você não prestar bastante atenção se perde completamente no meio do livro. Confesso que voltei muitas vezes para reler algumas páginas.

Enfim, vamos à magnífica (ou talvez nem tanto assim) história. O circo mecânico começou, na verdade, de uma grande tragédia, as guerras estavam no auge e bombas e tiros ecoavam por todo canto, em qualquer lugar e a qualquer hora. Depois de um "susto" e tanto (que não posso contar - spoiler) Boss ganhou o poder de transformar o morto em vivo, a sucata em salvação, e o terror em espetáculo.

Seu circo era dividido em grupos, os artistas que iam e vinham sem apego á aquelas tendas, e aqueles que não viviam sem elas, esses últimos foram consertados por Boss, devem a vida (ou seria a morte?) a ela.

O drama principal, ronda em torno de alguns personagens especiais: Little George (atua como narrador personagem) entrou no circo com apenas 5 anos, foi o único que não recebeu a sucata e que durou tanto no circo, ele fica responsável pela colagem de cartazes e vendas de ingressos, Panadrome foi o primeiro componente, sendo humano apenas na cabeça e tendo como parte do corpo instrumentos musicais, responsável pela trilha sonora do circo, Elena a mais maquiavélica trapezista, também uma das primeiras criadas por Boss, seu coração é feito de gelo, Jonah chegou por meio de uma situação de vida ou morte, foi salvo por Boss com pulmões de cobre  e por Ayar, seu melhor amigo que deu a vida ao circo para salvá-lo. Bird chegou sendo olhada de soslaio por todos e assim como Stenos seu objetivo era ganhar as asas.

Ah as asas... A maior invenção mecânica de Boss, suas penas reluziam às luzes do espetáculo, faziam notas de som maravilhosas, que até o pobre Panadrome parava de tocar para ouvi-las, feitas de ossos humanos e de toda a sucata que Boss pôde usar. A quem elas pertenciam?

Alec, amado por todos, admirado pela multidão, o sucesso do circo, até simplesmente cair, não, até simplesmente deixar de bater as asas.

Sinceramente esse livro, apesar de todos os complexos complementos que o envolve, é bastante intenso, ele mexe com você de uma maneira inexplicável, te fazendo imaginar como aqueles cenários eram, como as guerras mortificavam, como as pessoas viviam e principalmente como elas não viviam, tendo as vezes apenas um mero espetáculo de circo para mover suas meras vidas mortais!

2 comentários:

  1. Olá, tudo bem?
    Adorei a resenha e fiquei curiosa pra ler o livro. Apesar de ser uma leitura complexa e que as vezes você não consiga identificar o narrador, parece que prende o leitor de uma forma que só dá pra parar no final e eu gosto de livros assim. Então anotei a dica.
    beijinhos ♥

    https://leiturize-se.blogspot.com.br/

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    1. Obrigada! Vale muito a pena lê-lo apesar de toda a complexidade, adorei me embrenhar nessa leitura 😘

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