30/04/18

30/04/18

Onde cantam os pássaros - Evie Wild

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Este foi um livro da Darkside que mais me surpreendeu e decepcionou de todos os tempos, talvez tenha sido até bom para minha reputação frente aos leitores e seguidores, visto que só tenho prestado elogios a mesma.

O trabalho de estética das obras continua muito primorosos: capa dura, design gráfico e estruturas internas são nota dez e sempre dignas de observações a editoras similares a este ramo.

No tocante ao conteúdo da narrativa é tudo muito perplexo e obscuro e até cheguei a imaginar que as protagonistas principais eram as ovelhas, já que quase em todo parágrafo trazia menção á elas. Sério, sem brincadeira!

A história gira em torno do passado e presente da vida da protagonista, uma garota estranha que guarda a sete chaves o segredo de uma tragédia da qual foi vítima e que reside num lugar esquecido, onde cria ovelhas.

Assim, o contexto se altera entre as divagações do passado e presente de forma ambígua e confusa, em que muitas dúvidas ficaram pendentes por conta das pontas soltas deixadas, principalmente no que se refere ao final da obra.

O livro exige muito a atenção do leitor, alguns personagens surgem e desaparecem sem deixar qualquer justificativa, e não é pelo pouco entendimento que muita coisa ficará sem solução, o que me deixou bastante insatisfeita.

A única informação contida em relação ao título que conseguimos extrair sobre os pássaros é que os céus australianos e ingleses estão repletos deles e é até possível conhecer alguns cantos, fora isso de nada serve a história.

O gênero da obra centra-se mais para o drama do que o suspense em si, e até recebeu várias premiações importantes da literatura e fico a me perguntar se talvez o problema tenha sido só comigo, se alguma mensagem tenha ficado subentendida, ou os critérios para eles sejam sem critérios mesmo.

Esse não é um livro que indicaria!

27/04/18

27/04/18

Império Subterrâneo - Rafaela Polanczyk

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No segundo volume de sua obra, Rafa me encantou com o protagonismo de Layla, que ainda continua como narradora do livro mas com a história agora focando nela e não em Raul como no primeiro volume.

Desaparecido, a ausência do rei de Jolebon parte o coração de Layla, e sua vida entra em um buraco profundo e escuro da depressão, deixando de cumprir seus encargos para com o povo e para com si mesma, não se alimentando direito, trancando-se no quarto, evitando sair do castelo para qualquer coisa. As buscas por Raul já estão sendo paradas devido à falta de sucesso.

Crente que o menino tenha sido sequestrado, ela irrita-se cada vez mais com ineficiência e o desinteresse do Conselho, órgão que toma as decisões no governo de Jolebon, e que a impede de ir a uma missão para salvar seu rei. Em acordo com a irmã de Raul, a única pista deixada pelos sequestradores foi um caminho de pó negro visto na cena do crime apenas por Kaila e elas logo a associam aos espíritos negros que no passado tenebroso em comando de Pervesus (vilão do primeiro livro) sequestrava e possuía pessoas, assim as duas irão planejar uma missão secreta, para pesquisar, encontrar e resgatar seu rei. Mas o que elas não previam é que esses mesmos espíritos agora estavam atrás de Layla, e a própria nem sabia o porquê de ser considerada uma ameaça.

Entrando de cabeça numa aventura que revelará muito mais do que elas imaginam, Layla e Kaila unem-se com o propósito de salvar uma pessoa tão querida para as duas, enfrentando amores inconsequentes, corrupção no Conselho, autoritarismo e até o mundo dos mortos, essas mulheres se mostrarão mais forte do que muitos imaginavam!
  

Ter em “O império subterrâneo”, um maior empoderamento feminino foi magistral, além de completar colunas deixadas em aberto no primeiro livro, como a personagem da mãe de Layla e mais um pouco do seu pai e uma aparição surpreendente dos deuses que me encantou. Com uma letra grande e um bom espaçamento, a leitura é bastante fluída e cativante.

18/04/18

18/04/18

Iracema - José de Alencar

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A resenha da vez vem acompanhada de vídeo do projeto Classiciando e é uma releitura emocionante! A 9 anos atrás aproximadamente eu li esse livro no colégio, e confesso a vocês que não fui contagiada pela beleza dessa obra, contudo, hoje mais amadurecida, vejo o quanto a prosa poética de Jose de Alencar é incrível!

Iracema faz parte da chamada Tríade parnasiana da primeira geração romântica. Naquela época, um país recém independente, era preciso criar uma identidade nacional, e foi exatamente esse o objetivo de Alencar, criar a partir de nossas raízes, obras baseadas em costumes e línguas, e na união entre o branco colonizador e o nativo brasileiro.

Para ser sincera, em minha primeira leitura achei o livro bem chato, é difícil colocar uma criança pra ler Iracema, pois o livro possui uma linguagem bem rebuscada que afugenta aqueles que estão começando a entrar no universo dos livros, talvez seja por isso que o publico leitor de clássicos seja tão minimo. Agradeço profundamente ao grupo de clássicos em que eu li conjuntamente esse livro, e também aos professores de literatura que passaram em minha vida, principalmente a Celso Antonio, que dramatiza tão bem as obras e me fez querer ler muitos livros que eu ainda não tinha aproximação (Como Quarup, leitura em breve!). Vamos a história.
  
Iracema, a virgem dos lábios de mel, uma mulher emponderada mesmo para época (vista por muitos como selvagem), linda guerreira tabajara que portava arco e flecha e tinha atitudes bem diferentes das esperadas, conhece Martim, um homem branco português, ao acaso, perdido na floresta. Após um encontro nada comum, nossa protagonista levará o colonizador a sua tribo, onde ele será recolhido pelo pai dela - o pajé - e tratado amigavelmente. 

Mulheres serão oferecidas a Martim mas este revelará sua paixão idealizada por Iracema, que a recusa por possuir o segredo da Jurema - Tupã - em seu íntimo e por isso deve manter-se virgem, pura e intocada. Percebo aqui uma característica presente também na segunda geração romântica, a imagem da mulher inacessível ao homem, porém sabemos que logo isso muda, e Iracema passa por cima de valores, relações afetivas parentais e costumes para ceder ao amor de Martim. Obrigada a viver em terras inimigas, a indígena passará por uma profunda depressão, alegrando-se apenas ao lado de seu amor, que a cada dia mais se torna distante e frio. Do fruto dessa relação nascerá Moacir, aquele que vem da dor, que representa não só a dor do parto dela, mas sim a dor da aculturação, e principalmente a dor do genocídio dos povos indígenas. A morte de Iracema simboliza a morte da visão selvagem do nativo, para dar lugar a uma visão romantizada, que põe em foco o amor idealizado. 

Alencar usa a exaltação da fauna e flora brasileira para compor os cenários desse livro, e isso faz com que o leitor se imagine dentro daquelas florestas magnificas, respirando o mesmo ar dos personagens, ouvindo os mesmos pássaros e pisando na mesma terra. Foi incrível ler esse livro novamente e com certeza pretendo ler alguns outros desse autor ao longo do ano de 2018!


14/04/18

14/04/18

O Navio de Teseu - Livro S - V.M. Stranka

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Enfim depois de quase 3 meses consegui terminar a primeira parte do livro S. O navio de Teseu, confesso a vocês que foi um pouco difícil conciliar esse livro com outros, e ainda confesso que não sei se tenho maturidade suficiente para entendê-lo, vou partir para a segunda parte da leitura com um sentimento de remorso, sem saber direito se vou conseguir entender o que a obra espera do leitor, e talvez será um livro para releitura daqui a alguns anos. Mas vamos ao que entendi em parte dess leitura.

O livro inicia-se com um narrador em terceira pessoa, contando a trajetória de um homem sem memórias, que é sequestrado e se vê dentro de um navio cheio de marinheiros com bocas costuradas e modos animalescos, o navio em si parece ter vida, e o homem, denominado posteriormente como S. percebe o quão importante ele parece ser para aquela tripulação, mesmo sendo tratado tão mal.

Até que em uma tempestade, ele consegue fugir e se refugiar em uma cidade a qual, nós leitores, não sabemos o nome. S. chega justamente quando está acontecendo uma manifestação operária contra um industrial bélico ditador, chamado Vévoda, que ao longo do livro, perceberemos se tratar de um dos personagens principais, presente em todas as articulações bélicas do mundo, e o qual aparenta ser o "vilão" da trama.

A obra me confundiu um pouco por ser atemporal, não dá para saber quanto tempo se passou entre uma página e outra, e os dias parecem passar diferentemente quando S. está em terra e quando está em mar. Nosso homem sem passado, se torna um agente assassino, que parece lutar pelos menos favorecidos e por uma sociedade que quer exterminar os feitos e o próprio Vévoda. É difícil relacionar algumas cenas, personagens e locais à personalidade e ao autor, o que provavelmente seja o maior embate do livro, saber quem é Straka (autor de O navio de Teseu), quem é Fx Caldeira (tradutor que possui notas opinativas ao longo do livro) e o que o símbolo S significa.

Ainda há Sola, uma mulher que S. tem uma certa fascinação mas nem ele mesmo sabe o porquê, apenas tem uma intuição de que ela faça parte de seu passado e de seu ser de algum modo que o perturba nos sonhos.

Primeiramente eu não dei quase valor nenhum ao navio, achando que seria um cárcere para nosso protagonista, mas ao longo das páginas nós começamos a imaginar aquele navio como um personagem, talvez até mais importante que o próprio S., não tenho uma nota para essa obra, até porque não sei exatamente como me sinto em relação a ela. Espero intensamente que essa segunda parte me esclareça algumas dúvida e sane minhas oscilações quanto ao contexto empregado no livro.


09/04/18

09/04/18

Mar de Rosas - Nora Roberts

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Cuidado!! Pode conter spoiler do primeiro livro da saga.

Mar de Rosas, é o segundo volume de O quarteto de noivas da autora Nora Roberts, cheio de humor, romance e fofura, até o momento foi o que mais me conquistou. A amiga da vez em foco é Emma, a decoradora e responsável pelas flores da Votos, uma empresa altamente sucedida de casamentos formada por 4 melhores amigas, no primeiro livro, tivemos Mac, a fotografa, debaixo dos holofotes amorosos, não deixem de conferir a resenha aqui!

Emma é a mais namoradeira do grupo, mas também a mais romântica e que mais fantasia o amor, cresceu vendo seus pais se amarem verdadeiramente, se compreenderem e criarem os filhos da forma mais afetiva que existe, e queria tudo isso em sua vida também. Ela vive romances diversos a fim de encontrar o par perfeito, aquele que irá mexer com o seu coração, mudando sua perspectiva de vida e transformando os seus sonhos de amor em realidade. Pelo menos uma vez na vida eu acertei um shipe, e digo a vocês que esse livro nos dá spoiler dos próximos casais dos dois últimos livros. Assim como o primeiro, apesar de Emma ser a protagonista da vez, a autora não subestima o papel dos outros personagens, agora temos mais ainda a participação de Mac, Parker, Laurel, Del e Jack que já apresentei a vocês na primeira resenha

AH, Jack, nosso principezinho da vez, estilo playboy, Jack é o tipo de homem que impõe limites nos espaços da sua vida, preza o seu individualismo e principalmente seu próprio espaço pessoal, já nossa sonhadora quer viver esse amor de forma intensa demais, e talvez essa mistura não dê muito certo.
Emma e Jack terão que enfrentar suas próprias diferenças para poder viver essa paixão, mas quem diria que eles poderiam se apaixonar, será que tudo pode mudar diante dessa nova relação? A amizade que eles tanto cultivaram durante anos seria afetada por quaisquer problemas que eles tivessem?

03/04/18

03/04/18

Pelas portas do coração - Zíbia Gasparetto

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Livros espíritas é o tipo de leitura que não fazia há um tempão, até começar minha terapia, e meu terapeuta relatar sobre o poder que eles têm de transformar, ou para cabeças mais duras como a minha de esclarecer e mostrara realidade como ela é.

Andamos meio sumidinhas do blog, mas vários são os motivos, que não só se traduzem como desculpa, mas fatos reais e razão, causa e circunstâncias que justificam o desaparecimento. Fui acometida por uma virose que simplesmente me derrubou e durante esse tempo a única coisa que tive forças para fazer foram vários nadas.

Retomando a leitura, a minha primeira de estreia deste segmento foi "Sem medo de Viver" - de Zibia Gasparetto, muito incrível por sinal, li em dois dias e prometo trazer resenha em breve, a segunda e desde já adianto, não tão boa, da mesma escritora é este exemplar “Pelas portas do coração”.

Uma história digna de novela mexicana pelo tanto de tramas e intrigas apresentadas, rs. Muitas vezes, me faltou paciência continuar a leitura que foi bastante arrastada, mas como sou bem persistente terminei o livro e é possível extrair algumas lições de vida.

Juliana é a protagonista da narrativa e a mais nova dos irmãos (Clóvis e Vera), uma adolescente médium com um dom muito especial de curar as pessoas. Ocorre que, ela nasceu numa família tradicionalista que é totalmente descrente que exista vida após a morte, e a partir deste momento que começam a surgir vários conflitos.

Regida por um espírito mentor chamado Dora, a cada dia que passa a missão de Juliana fica mais evidente tanto na vida das pessoas, como na dela. Sua vida começa a mudar quando seu pai decide interná-la e com a ajuda de um amigo de seu irmão, ela foge e a vida de forma surpreendente revela muitas surpresas, umas agradáveis outras nem tanto.

O livro se passa numa época em que é muito evidente o machismo, período que o Brasil ainda não permitia o divórcio e as mulheres viviam muito submissas aos maridos e talvez este tenha sido o motivo de a leitura ter sido tão arrastada, me incomodou demais os diálogos e mentalidades demonstradas.

A vida não é fácil e a obra consegue emocionar em alguns momentos, alguns questionamentos devem inclusive serem guardados tanto na memória quanto no espírito, porque enquanto a mente racionaliza, o coração sente! E este último tem quase sempre a chave para nossa felicidade.

''A dor serve para nos levar aos cuidados da preservação. É um alerta que nos adverte que algo não está bem. Sem ela, não teríamos referencial. O caminho que te levará à FELICIDADE começa em você mesmo! ''