Era uma vez um país onde a desigualdade social, a favelização e
pessoas marginalizadas estavam presentes. Essas características são do filme
que trago para vocês hoje, um longa fofo, mas com um final drástico que se
passa em três cenários: praia, condomínio e favela.
O filme "Era uma vez" se passa na cidade do Rio de
Janeiro mais precisamente na Favela do Cantagalo, no bairro Ipanema e aborda
um arquétipo de Romeu e Julieta, da obra de Shakespeare, no mundo moderno.
Dé é filho de empregada e morador da favela, abandonado pelo pai e
com irmão metido no crime, mas ao contrário dele, decide trabalhar em um
quiosque na praia vendendo cachorro-quente honestamente, onde ele encontra e se
apaixona por Nina, uma menina com pai rico, mas bem humilde. Um dia ele salva
ela de ser assaltada e eles começam a se conhecer e acabam se apaixonando.
O filme retrata relações de classe, estratificação social e a
chamada camarotização, em que podemos perceber que a frente da favela fica
para os fundos dos apartamentos de luxo, inclusive para o de Nina, numa
metáfora dividida em dois pólos definidos pela cruel realidade.
Com o passar do tempo ela passa a conhecer a realidade de um
morador da favela, seu pai um homem importante tenta afastar sua filha, mas
diante dessa paixão é impossível, como nem tudo é mil maravilhas, o seu pai
descobre que Dé tem um irmão traficante (chefe da favela) e afasta o casal.
Quando se trata de amor de verdade, ninguém consegue separar e
eles decidem fugir e se casar, o pai supõe que sua filha foi sequestrada e é
incrível o modo como a sociedade julga uma pessoa pelo simples fato de ser um
morador de favela.
Um final que retrata uma realidade brasileira sem maquiagem, em que o título escolhido se apresenta como uma ironia diante da magnitude dos assuntos abordados, marcados predominantemente pelo preconceito.
Trailer: