27/01/17

27/01/17

Tigres em Dia Vermelho - Liza Klaussmann

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Ainda em estado de choque com esse primeiro romance da jornalista norte-americana Liza Klaussmann que mostra de forma surpreendente que nasceu para fazer o que faz tão bem: escrever!

Sabe quando você não sabe definir se o livro foi bom ou ruim? Até então nunca tinha passado por isso, mas essa leitura se mostrou tão emocionante que está difícil absorver os acontecimentos e digerir suas consequências.

A obra se passa no período Pós Segunda Guerra Mundial, basicamente situada entre 1945 a 1970, contando a história de duas primas: Helena e Nick, completamente diferentes, mas inseparáveis. Cada uma trazia consigo diversas expectativas e sonhos sobre o futuro, regados a banho de mar e muito álcool na imponente casa Tiger House. Porém a realidade se mostra bem mais diferente depois de seus casamentos...

Nick sofre com uma vida monótona e sem graça, repleta pela ausência de seu marido Hughes, enquanto Helena tem que lidar com os vícios aos medicamentos, a fissura de seu marido pelas sombras de seu passado e uma vida de anulação.

Depois de doze anos da separação, elas se reencontram e passam a morar na velha e poderosa casa da ilha, e a relação das duas não vai nada bem. Para piorar as coisas, seus filhos Ed (Helena) e Daisy (Nick), descobrem um assassinato que aparentemente não tem nada a ver com a família, mas que possui uma trama que vem premiada de muita violência, mistério e traição.

Narrado sob cinco perspectivas dos personagens principais – Nick, Helena, Hughes, Ed e Daisy – o leitor passa a conhecer os fatos a partir da percepção e o modo de ver de cada um deles. Estes são reais, antagônicos e sem clichês, mas dentre todos, a mais fascinante é Nick, mulher elegante e forte, que não desce do salto nem mesmo nas situações mais difíceis.

Repleto de experiências complexas, cotidianas e constantes, escondidas sob a tensão dissimulada da fachada e polidez de uma família repleta de desastres particulares.

Para essa leitura é necessário muita sensibilidade e compreensão das diversas nuances da realidade, pois é de uma maturidade que ultrapassa barreiras. A narrativa está longe de ter um final feliz e soa de forma bastante natural com os enlaces e desprazeres que a vida proporciona.

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