26/08/17

26/08/17

O Sol é para Todos - Harper Lee

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O Sol é para todos é um romance clássico norte-americano escrito em 1960 pela autora Harper Lee, que se tornou um grande best-seller mundial e como o próprio título define é dotado de grande profundidade que sintetiza o valor do ser humano num relato muito comovente de preconceito histórico.

Considerado como um livro para se ler antes de morrer, a escritora trata de temas polêmicos como o racismo e o conformismo social de uma sociedade sulista do condado Maycomb no início dos anos 1930, massacrada pela Grande Depressão que assolava o país na época e que vive reclusa em sua ignorância e é marcada pelo estigma da cor e do poder de um sobrenome.

A história é narrada por Scout, uma garotinha órfã de mãe com 6 anos de idade que relata com simplicidade e inocência de uma criança o cotidiano de sua família: Atticus, seu pai advogado; Jem, seu irmão mais velho e a cozinheira/governanta/babá Calpúrnia; assim como seus parentes e vizinhos mais próximos.

O livro é dividido em duas partes, a primeira consiste em apresentar a sociedade da época, a rotina de Scout num ambiente rural, suas férias de verão ao lado do irmão e melhor amigo, Dill, os mistérios ocultos dos vizinhos, suas importantes descobertas e também suas travessuras.

Tudo muda na sua sossegada infância, basicamente na segunda parte deste trabalho, quando seu pai é nomeado pelo Tribunal para assumir a defesa de um negro Tom Robbison que foi acusado injustamente de estuprar uma garota branca.

Apresentando a realidade nua e crua, a vida da família vira um verdadeiro inferno, passando cada um a serem vítimas da ignorância, símbolo do conservadorismo, por conta da defesa no caso. E os problemas ao invés de diminuírem, só faz aumentar diante das injustiças sociais cometidas.

Aparentemente a quietude do lugar se transforma em puro ódio, mostrando a impotência que a sociedade corrompida impõe, refletindo a sua pequenez quando o importante se traduz na cor e a posição social para definirem o destino de um homem.

Scout, assim como seu irmão, são criados desde pequenos a desenvolverem um senso crítico e posição a respeito das nuances da vida. E essa menina é de uma personalidade muito forte, que luta com unhas e dentes pelo que acredita. E seu pai, se mostra como um personagem incrível, impossível de não se apegar, um grande exemplo de ser humano – justo, tolerante e muito sábio.

Este é o tipo de obra que salva vidas e nos mostra o quanto a incongruência pode ser devastadora diante da cegueira de um comportamento pré-moldado. Um homem pode definir seu destino pelas suas atitudes, não pela sua cor ou posição social. É certo que alguns terão mais oportunidades que outros, mas o que conta de verdade: é quem você pretende ser e não quem você é.

A autora causa um misto de revolta e muito dó, e consegue prender o leitor com sua narrativa que reflete empatia, amor ao próximo e tolerância, conquistando o leitor a desbravar os mistérios e as peculiaridades da sociedade apresentada, traduzindo um verdadeiro tratado de direitos humanos.

Sem dúvidas a melhor leitura de 2017! Harper Lee possui outro livro que é a continuação desta história de título “Vá, coloque um vigia”, que já se encontra no topo da minha lista de desejos.

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