03/10/18

03/10/18

A Menina Submersa - Caitlin R. Kiernan

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"Fantasmas são essas lembranças fortes demais para serem esquecidas, ecoando ao longo dos anos e se recusando a serem apagadas pelo tempo... Essa é mais uma característica dos fantasmas, uma característica muito importante: você tem que tomar cuidado poque assombrações são contagiosas"

Assim como os fantasmas, o livro A menina Submersa me assombrou, penso se Caitlin imaginou quantas pessoas poderiam ser assombradas por sua obra tanto quanto Imp foi assombrada pelo quadro de Saltonstall. Há 4 anos atrás abandonei a leitura desse livro na página 115, e até recentemente ele ficou guardadinho na estante, me olhando e acusando sempre por não ter sido corajosa o suficiente para terminá-lo, mas agora ao enfim chegar ao seu final, eu não tenho nem palavras para descrever quais são os meus sentimentos a respeito dessa obra, o único que me vem a mente é: confusão.

India Morgan Phelps tem um histórico genético esquizofrênico e paranoico, sua mãe e avó buscaram o suicídio como uma saída pra a confusão dentro delas e Imp leva esses fatos numa boa, compreendendo perfeitamente o porquê e os motivos que as levaram a tomar tal decisão. Tentando reconstruir memórias e se encontrar dentro de sua própria mente, ela começa a escrever um diário na súbita tentativa de não esquecer aquilo que talvez nem gostaria de lembrar. Tão caóticos quanto sua autora, esses apontamentos nos apresentará a rotina em meio ao trabalho, as consultas e aos remédios que a mantêm numa realidade factual, porém não verdadeira. Ainda remete à sua namorada Abalyn, uma resenhista de games, transsexual e que tem problemas com os pais devida a sua escolha sexual, e também à Eva Canning, uma misteriosa mulher que muda a vida e a percepção do real de India.

Entrar na mente da protagonista junto com ela, vai ficando cada vez mais difícil e declinante com o passar das páginas, ainda mais por ser um livro não linear. É complicado julgá-la diante de sua doença, porém os desvios que ela faz durante a narrativa, acaba tornando a leitura desgastante e muito confusa. Para ser sincera muitas cenas me deixaram sem entender nada, inclusive, quando Eva aparecia na história tudo virava bastante metafórico e mítico, e ainda não sei ao certo se ela realmente existiu ou foi apenas uma criação da mente de Imp para ter a quem culpar pelas suas atitudes.

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