Enfim
depois de quase 3 meses consegui terminar a primeira parte do livro S. O navio
de Teseu, confesso a vocês que foi um pouco difícil conciliar esse livro com
outros, e ainda confesso que não sei se tenho maturidade suficiente para
entendê-lo, vou partir para a segunda parte da leitura com um sentimento de
remorso, sem saber direito se vou conseguir entender o que a obra espera do
leitor, e talvez será um livro para releitura daqui a alguns anos. Mas vamos ao
que entendi em parte dess leitura.
O
livro inicia-se com um narrador em terceira pessoa, contando a trajetória de um
homem sem memórias, que é sequestrado e se vê dentro de um navio cheio de
marinheiros com bocas costuradas e modos animalescos, o navio em si parece ter
vida, e o homem, denominado posteriormente como S. percebe o quão importante
ele parece ser para aquela tripulação, mesmo sendo tratado tão mal.
Até
que em uma tempestade, ele consegue fugir e se refugiar em uma cidade a qual,
nós leitores, não sabemos o nome. S. chega justamente quando está acontecendo
uma manifestação operária contra um industrial bélico ditador, chamado Vévoda,
que ao longo do livro, perceberemos se tratar de um dos personagens principais,
presente em todas as articulações bélicas do mundo, e o qual aparenta ser o
"vilão" da trama.
A
obra me confundiu um pouco por ser atemporal, não dá para saber quanto tempo se
passou entre uma página e outra, e os dias parecem passar diferentemente quando
S. está em terra e quando está em mar. Nosso homem sem passado, se torna um
agente assassino, que parece lutar pelos menos favorecidos e por uma sociedade
que quer exterminar os feitos e o próprio Vévoda. É difícil relacionar algumas
cenas, personagens e locais à personalidade e ao autor, o que provavelmente
seja o maior embate do livro, saber quem é Straka (autor de O navio de Teseu),
quem é Fx Caldeira (tradutor que possui notas opinativas ao longo do livro) e o
que o símbolo S significa.
Ainda
há Sola, uma mulher que S. tem uma certa fascinação mas nem ele mesmo sabe o
porquê, apenas tem uma intuição de que ela faça parte de seu passado e de seu
ser de algum modo que o perturba nos sonhos.
Primeiramente
eu não dei quase valor nenhum ao navio, achando que seria um cárcere para nosso
protagonista, mas ao longo das páginas nós começamos a imaginar aquele navio
como um personagem, talvez até mais importante que o próprio S., não tenho uma
nota para essa obra, até porque não sei exatamente como me sinto em relação a
ela. Espero intensamente que essa segunda parte me esclareça algumas dúvida e
sane minhas oscilações quanto ao contexto empregado no livro.
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