14/04/18

14/04/18

O Navio de Teseu - Livro S - V.M. Stranka

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Enfim depois de quase 3 meses consegui terminar a primeira parte do livro S. O navio de Teseu, confesso a vocês que foi um pouco difícil conciliar esse livro com outros, e ainda confesso que não sei se tenho maturidade suficiente para entendê-lo, vou partir para a segunda parte da leitura com um sentimento de remorso, sem saber direito se vou conseguir entender o que a obra espera do leitor, e talvez será um livro para releitura daqui a alguns anos. Mas vamos ao que entendi em parte dess leitura.

O livro inicia-se com um narrador em terceira pessoa, contando a trajetória de um homem sem memórias, que é sequestrado e se vê dentro de um navio cheio de marinheiros com bocas costuradas e modos animalescos, o navio em si parece ter vida, e o homem, denominado posteriormente como S. percebe o quão importante ele parece ser para aquela tripulação, mesmo sendo tratado tão mal.

Até que em uma tempestade, ele consegue fugir e se refugiar em uma cidade a qual, nós leitores, não sabemos o nome. S. chega justamente quando está acontecendo uma manifestação operária contra um industrial bélico ditador, chamado Vévoda, que ao longo do livro, perceberemos se tratar de um dos personagens principais, presente em todas as articulações bélicas do mundo, e o qual aparenta ser o "vilão" da trama.

A obra me confundiu um pouco por ser atemporal, não dá para saber quanto tempo se passou entre uma página e outra, e os dias parecem passar diferentemente quando S. está em terra e quando está em mar. Nosso homem sem passado, se torna um agente assassino, que parece lutar pelos menos favorecidos e por uma sociedade que quer exterminar os feitos e o próprio Vévoda. É difícil relacionar algumas cenas, personagens e locais à personalidade e ao autor, o que provavelmente seja o maior embate do livro, saber quem é Straka (autor de O navio de Teseu), quem é Fx Caldeira (tradutor que possui notas opinativas ao longo do livro) e o que o símbolo S significa.

Ainda há Sola, uma mulher que S. tem uma certa fascinação mas nem ele mesmo sabe o porquê, apenas tem uma intuição de que ela faça parte de seu passado e de seu ser de algum modo que o perturba nos sonhos.

Primeiramente eu não dei quase valor nenhum ao navio, achando que seria um cárcere para nosso protagonista, mas ao longo das páginas nós começamos a imaginar aquele navio como um personagem, talvez até mais importante que o próprio S., não tenho uma nota para essa obra, até porque não sei exatamente como me sinto em relação a ela. Espero intensamente que essa segunda parte me esclareça algumas dúvida e sane minhas oscilações quanto ao contexto empregado no livro.


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