Mais
um clássico/calhamaço lido no ano, e esse foi bem legal! Apesar de carregar o
nome de uma das protagonistas, o livro não se centra apenas em Anna Karenina,
dividido em focar personagens completamente distintos, essa obra tem nuances
diversas, que apresenta principalmente questões como religião, camarotização
social e claro as peculiaridades de cada ser envolvido nas tramas de São
Petersburgo a Moscou.
Anna
é uma mulher belíssima, que chama a atenção por onde passa e encanta com sua
jovialidade, um verdadeiro furacão que deixa marcas onde pisa, contudo,
altamente infeliz com o casamento, ela parte em busca do amor fora dele, o que,
para a época, era um absurdo capaz de condenar a alma de um ser humano. Acusada
de adúltera, mas bastante decidida, ela enfrenta a sociedade a fim de alcançar
a felicidade tão desejada, porém para isso, ela terá que renunciar muita coisa,
inclusive sua posição social e o pior, a convivência com seu amado filho, o que
a destruirá completamente, aqui Tolstoi mostra aos seus leitores que não há um
padrão para a depressão, já que Anna mostra-se felicíssima, mas com o intimo
tão vazio e escuro.
Lievin,
com certeza o melhor personagem do livro para mim, é o que não se espera de um
livro que trate sobre sociedade urbana e elitista, focado na organização e na
administração de suas terras, da lavoura, da pecuária e até de seu galinheiro,
ele é o tipo de cara que ama o que faz e que tem suas profundas reflexões
acerca da vida, de Deus e também da organização da vida social russa, se
preparem para longos parágrafos acerca de economia, filosofia e agricultura,
com toques anarquistas e opiniões políticas do próprio autor incumbidas ao
personagem. Ele dividirá bastante o protagonismo com Anna durante a leitura, já
que os cenários vão mudando conforme as páginas passam, e ele nos presenteia
com um romance bem divertido depois de uma boa maçada de leitura.
Juntamente
com os dois personagens que apresentei a vocês, a história perpassará por
pessoas e famílias bem importantes como o marido de Anna, que me divido em ódio
e amor, mulheres tipicamente da elite, com seus vestidos de baile, arrogância e
falsidade, a família de Kitty, que se tornará do meio pro final uma personagem
bem frequente, a qual tem membros totalmente diferentes uns dos outros e que
adorei todo o conjunto, e claro Vronski, um oficial do exército e o amor de
Anna, um homem que não consegui me apegar mas tem papel relevante na narrativa.
Anna
Karenina é um livro para se deliciar com as facetas de uma sociedade como todas
as outras, falsa, de aparências, que julga e maltrata quem dela sai da linha,
assim como para refletir acerca da filosofia da vida, da felicidade e o que é
preciso para alcança-la, e sobre os próprios personagens que nos rodam no
camarote da vida, baixar a guarda jamais, se preservar e ser feliz sempre!
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